
UE decide congelar por tempo indeterminado os ativos soberanos da Rússia

A União Europeia decidiu nesta sexta-feira (12) bloquear por tempo indeterminado os ativos russos congelados em território europeu. Moscou já havia qualificado reiteradas vezes a medida como um ''roubo'' e advertido sobre consequências.
"Na reunião de outubro do Conselho Europeu, os líderes da UE se comprometeram a manter os ativos russos imobilizados até que a Rússia coloque um fim em sua guerra de agressão contra a Ucrânia e compense os danos causados. Hoje cumprimos esse compromisso", informou o presidente do Conselho Europeu, António Costa. De acordo com ele, o próximo passo será "garantir as necessidades financeiras da Ucrânia para 2026-2027".
A agência Reuters detalha que os países do bloco concordaram em congelar 210 bilhões de euros (R$ 1,327 trilhão), pertencentes à Rússia durante o tempo que considerarem necessário, em vez de votar a cada seis meses sobre a prorrogação do congelamento de ativos.
Com isso, Bruxelas impede informa a agência que países-membros como Hungria e Eslováquia, críticos do apoio ao regime de Kiev, se recusem a prorrogar a medida em algum momento. Caso isso ocorresse, o bloco seria obrigado a devolver o dinheiro a Moscou.
Esse passo ocorre no mesmo dia em que o Banco Central da Rússia informou ter apresentado uma ação contra o depositário Euroclear perante o Tribunal de Arbitragem de Moscou.

Rússia alerta para consequências do "roubo" de seus ativos
Desde fevereiro de 2022, vários países ocidentais (EUA, nações da UE e o Reino Unido, entre outros) mantêm congelados mais de 300 bilhões de dólares em ativos estatais russos.
Em setembro, a Comissão Europeia propôs conceder à Ucrânia um "empréstimo de reparação" de 140 bilhões de euros (162 bilhões de dólares), financiado com os ativos russos congelados.
Na semana passada, a Comissão Europeia apresentou dois planos de financiamento plurianual para a Ucrânia: a emissão de dívida nos mercados, garantida pelo orçamento da União Europeia, e um "empréstimo para reparações" lastreado em ativos soberanos russos congelados na UE.
A Bélgica reiterou seu rechaço à iniciativa, argumentando que o país poderia acabar sendo processado por Moscou.
- A Rússia advertiu em várias ocasiões que o congelamento de seus fundos viola o direito internacional e qualificou a iniciativa da União Europeia de "roubo".
- No final de novembro, o presidente russo, Vladimir Putin, havia anunciado que a Rússia está "desenvolvendo um pacote de medidas de retaliação".
