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EUA impõem novas medidas coercitivas unilaterais contra a Venezuela

Ações punitivas de Washington vêm na sequência da recente apreensão de um navio que transportava petróleo bruto venezuelano.
EUA impõem novas medidas coercitivas unilaterais contra a VenezuelaGettyimages.ru / Horacio Villalobos / Corbis

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou na quinta-feira (11) um conjunto de medidas coercitivas unilaterais visando o setor petrolífero da Venezuela, como parte de sua campanha de pressão contra Caracas.

As medidas punitivas foram decretadas contra seis empresas de transporte marítimo que transportam petróleo bruto venezuelano, pressionando ainda mais a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), que vem sendo assediada desde 2019 pelo primeiro governo de Donald Trump.

Como resultado das sanções, os bens e interesses das pessoas físicas e jurídicas mencionadas que estiverem nos EUA serão bloqueados e deverão ser comunicados ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro.

Entre os sancionados estão Efraín Antonio Campo Flores e Franqui Francisco Flores de Freitas, que o governo dos EUA classificou como traficantes de drogas. Ambos foram condenados por tráfico de drogas em 2016, mas receberam indulto do ex-presidente Joe Biden em 2022.

"A máscara deles caiu ontem"

Este último ataque de Washington à economia venezuelana soma-se à recente apreensão de um petroleiro carregado com petróleo bruto venezuelano e à venda ilegal de gás da Citgo. Ambos os incidentes foram condenados por Caracas como "roubo" e "pilhagem".

"Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela. Um petroleiro grande. Muito grande", declarou Trump. "O maior que já vimos, e há outras coisas acontecendo que vocês verão mais tarde", acrescentou o presidente americano.

Por sua vez, Caracas descreveu a ação como um "roubo descarado e um ato de pirataria internacional". Maduro também afirmou que a apreensão do navio revelou as verdadeiras intenções dos Estados Unidos com seu destacamento militar no Mar do Caribe.

"Ontem a máscara deles caiu.Não são hospícios, 'notícias falsas'. Não, não é o Trem de Aragua, 'notícias falsas'. Não, não é o narcotráfico, 'notícias falsas'. Não. É petróleo, que eles querem roubar , e a Venezuela defenderá sua soberania sobre seus recursos naturais e triunfaremos novamente", declarou ele. "A vitória nos pertence hoje, amanhã e para sempre. 'Vitória para sempre'", exclamou.

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.