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Após apreensão de petroleiro, China acusa EUA de violar o direito internacional

Além de apreender a embarcação, Washington impôs sanções contra seis empresas marítimas que comercializam petróleo venezuelano.
Após apreensão de petroleiro, China acusa EUA de violar o direito internacionalU.S. Navy / Mass Communication Specialist 1st Class Erickson B. Magno

Durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (12), o porta-voz da chancelaria chinesa, Guo Jiakun, foi questionado sobre a apreensão de um petroleiro em águas próximas à Venezuela e sobre as sanções impostas a outros seis navios.

''A China se opõe a sanções unilaterais e ilegais, bem como ao exercício de jurisdição de longo alcance que não têm base no direito internacional ou autorização do Conselho de Segurança da ONU, assim como ao uso abusivo de sanções'', respondeu Jiakun.

Entenda

A declaração do porta-voz ocorre após a apreensão, pelo Exército dos EUA, de um petroleiro que transportava petróleo venezuelano nas proximidades das águas territoriais do país caribenho. Caracas classificou a ação como um "roubo" e um ato de "pirataria", razão pela qual acionou formalmente a Organização Marítima Internacional (OMI).

Na quinta-feira (11), Washington também anunciou uma nova rodada de medidas coercitivas unilaterais, desta vez contra seis petroleiros. 

As medidas punitivas foram decretadas contra seis empresas marítimas que transportam petróleo venezuelano, o que agrava ainda mais a situação da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), alvo de intensa pressão desde 2019, com o primeiro governo Trump.

Agressões dos EUA

  • Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
  • Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.
  • Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
  • Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.