
Venezuela denuncia os EUA na OMI por 'roubo descarado' de petroleiro

O governo do presidente Nicolás Maduro apresentou nesta sexta-feira (12) uma denúncia formal contra os EUA perante a Organização Marítima Internacional (OMI) pelo recente assalto a um navio petroleiro venezuelano no mar do Caribe, argumentando que se trata de uma violação da liberdade de navegação e comércio, informa um comunicado oficial.
A vice-presidente executiva, Delcy Rodríguez, classificou a apreensão do navio como um “vulgar roubo” e afirmou que as ameaças de Washington nos últimos meses não respondem a uma suposta luta contra o narcotráfico: “A verdade é que eles querem nosso petróleo e o querem sem pagar”, disse.

Putin expressa apoio a Maduro
O presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para expressar seu apoio. "Vladimir Putin expressou sua solidariedade ao povo venezuelano e reafirmou seu apoio à linha de ação adotada pelo governo de Nicolás Maduro, que visa defender os interesses nacionais e a soberania sob crescente pressão externa", declarou o Kremlin.
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.

