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Drogas ou Petróleo? Trump responde o que está por trás da agressão contra a Venezuela

"Trata-se de muitas coisas", disse o presidente, acrescentando que seus ataques "em breve começarão por terra".
Drogas ou Petróleo? Trump responde o que está por trás da agressão contra a VenezuelaGettyimages.ru / Chip Somodevilla

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta quinta-feira (11) que suas verdadeiras intenções com a agressão contra a Venezuela vão além do suposto tráfico de drogas no país.

"Trata-se de muitas coisas", respondeu o presidente quando questionado se a campanha contra a Venezuela ainda era contra as drogas ou se o petróleo de Caracas agora fazia parte da campanha, após a apreensão do petroleiro na costa venezuelana.

"Eles nos trataram mal, e acho que não estamos os tratando tão bem agora", afirmou, acusando a República Bolivariana de "permitir que milhões de pessoas entrem em nosso país vindas de suas prisões, de gangues, de traficantes de drogas e de instituições psiquiátricas, provavelmente em proporções maiores do que qualquer outro país".

Ao mesmo tempo, o mandatário da Casa Branca reiterou sua ameaça de que os ataques "começarão em terra".

"E nós também começaremos isso em terra. Vai começar em terra muito em breve", afirmou.

Resposta firme de Maduro

Por sua vez, o presidente venezuelano acusou Washington de fabricar "histórias" sobre o suposto tráfico de drogas no país latino-americano e afirmou que a recente apreensão do petroleiro na costa venezuelana expôs suas verdadeiras intenções.

"Ontem, a máscara deles caiu", declarou o mandatário venezuelano. "Não são os hospícios, 'notícias falsas'. Não, não é o Trem de Aragua, 'notícias falsas'. Não, não é o tráfico de drogas, 'fake news'. Não. É o petróleo, que eles querem roubar, e a Venezuela defenderá sua soberania sobre seus recursos naturais e triunfaremos novamente", afirmou. "A vitória nos pertence hoje, amanhã e para sempre. 'Victory forever'", declarou.

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.