
'Piratas do Caribe': Maduro condena roubo de petroleiro pelos Estados Unidos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comentou nesta quinta-feira (11) a apreensão de um petroleiro pelos Estados Unidos na costa da Venezuela, classificando a medida como "um ato de pirataria".

"Ontem eles cometeram um ato absolutamente criminoso e ilegal, ao realizarem um ataque militar, sequestro e roubo como piratas do Caribe contra um navio mercante, comercial, civil, privado, um navio de paz", afirmou ele.
O presidente venezuelano condenou a apreensão do petroleiro, afirmando que os EUA, com esse ato, "inauguraram uma nova era, a era da pirataria naval criminosa no Caribe". Nesse contexto, prometeu que a Venezuela tomaria medidas legais e diplomáticas contra Washington e recorreria a outras medidas para garantir a segurança de todos os seus navios, com o objetivo de assegurar o livre comércio do petróleo venezuelano em todo o mundo.
🇺🇸🇻🇪 VÍDEO: veja momento em que os Estados Unidos apreendem um petroleiro na costa da VenezuelaSaiba mais: https://t.co/sob8GfCh5fpic.twitter.com/SY5yqaVNYT
— RT Brasil (@rtnoticias_br) December 10, 2025
'Roubo e pirataria'
Na quarta-feira (10), Donald Trump anunciou a apreensão de um petroleiro na costa da Venezuela e revelou que Washington pretende confiscar o petróleo que a embarcação transportava.
O presidente dos Estados Unidos explicou que a apreensão foi realizada por "um ótimo motivo", sem fornecer mais detalhes sobre a operação. Questionado sobre o destino do petróleo que o navio transportava, o presidente respondeu: "Bem, vamos ficar com ele, eu acho".
O governo venezuelano descreveu a apreensão do petroleiro como "roubo descarado e um ato de pirataria internacional". Caracas também ressaltou que "esta não é a primeira vez" que Trump "admite" cobiçar o petróleo bruto da República Bolivariana, afirmando que, durante a campanha presidencial de 2024, ele "declarou abertamente que seu objetivo sempre foi se apoderar do petróleo venezuelano sem pagar nada em troca".
A esse respeito, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que a apreensão do petroleiro revelou as verdadeiras intenções dos Estados Unidos. Ela indicou que Washington pretende roubar e se apropriar ilegitimamente do petróleo bruto de seu país.
Cronologia dos ataques
- Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
- Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.

