O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nesta quinta-feira (11) que seu país é "irrelevante na produção e no tráfico de drogas", em meio à agressão dos Estados Unidos sob o pretexto de combater o narcotráfico.
O presidente venezuelano acusou Washington de fabricar "histórias" sobre o suposto tráfico de drogas no país latino-americano. "Isso já foi comprovado como mentira. Relatórios da DEA, da ONU, da UE e da Organização Mundial das Alfândegas, ao longo de vários anos, demonstram que a Venezuela é um país irrelevante na produção e no tráfico de drogas", declarou ele em um pronunciamento televisionado.
'A máscara deles caiu'
Nesse sentido, ele destacou as conquistas de seu governo na luta contra as drogas. "Posso afirmar que na Venezuela não há um único hectare de folha de coca nem um único hectare de maconha", continuou, afirmando que seu governo conseguiu apreender e destruir mais de 70% da cocaína contrabandeada da Colômbia. "E no próximo ano a meta é apreender e destruir 100%", afirmou Maduro.
"Ontem a máscara deles caiu", continuou o mandatário venezuelano. "Não são os hospícios, 'notícias falsas'. Não, não é o Tren de Aragua, 'fake news'. Não, não é o narcotráfico, 'notícias falsas'. Não. É o petróleo que eles querem roubar e a Venezuela defenderá sua soberania sobre seus recursos naturais e triunfaremos novamente", afirmou. "A vitória nos pertence hoje, amanhã e para sempre. 'Victory forever'", declarou.
Em defesa da soberania e de recursos naturais
Ao mesmo tempo, o presidente declarou que "o destino da Venezuela e dos Estados Unidos deve ser de respeito, amizade e cooperação". "Devemos nos unir para alcançar a paz, amarrar as mãos dos belicistas e derrotar os planos para uma guerra sem sentido. Não à guerra pelo petróleo", afirmou. "A Venezuela defenderá sua soberania sobre seus recursos naturais", declarou.
Por outro lado, condenou a recente apreensão do petroleiro na costa venezuelana. "O roubo foi um ato de pirataria contra uma embarcação comercial e civil", exclamou. "A Venezuela repudia veementemente este ato criminoso de pirataria contra todo o Caribe", acrescentou.
'Roubo e pirataria'
Na quarta-feira (10), Donald Trump anunciou a apreensão de um petroleiro na costa da Venezuela e revelou que Washington pretende confiscar o petróleo que a embarcação transportava.
A apreensão foi categoricamente repudiada na quarta-feira (10) pelo governo da Venezuela, que em um comunicado classificou o ocorrido como "um roubo descarado e um ato de pirataria internacional", ao mesmo tempo em que lembrou que não se trata de um assunto inédito; em 2024, Trump expressou abertamente seus desejos sobre o petróleo venezuelano "sem pagar nenhuma contrapartida em troca".
"Nestas circunstâncias, ficaram finalmente expostas as verdadeiras razões da agressão prolongada contra a Venezuela. Não é a migração. Não é o narcotráfico. Não é a democracia. Não são os direitos humanos. Sempre se tratou das nossas riquezas naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano", denunciou Caracas.
Agressão dos EUA no Caribe
Desde agosto passado, os EUA mantêm uma força militar significativa posicionada na costa da Venezuela, justificando a medida como parte da luta contra as drogas. Washington anunciou posteriormente a "Operação Lança do Sul", com o objetivo oficial de "eliminar narcoterroristas" do Hemisfério Ocidental e "proteger" os EUA "das drogas que estão matando" seus cidadãos.
Como parte dessas operações, bombardeios foram realizados contra supostos navios de narcotráfico no Caribe e no Pacífico, resultando em mais de 80 mortes, sem nenhuma evidência de que estivessem realmente traficando narcóticos.
Em 10 de dezembro, Donald Trump anunciou a apreensão de um petroleiro na costa da Venezuela e revelou que Washington pretende confiscar o petróleo que a embarcação transportava.
Nicolas Maduro declarou repetidamente que seu país é vítima de uma "guerra multifacetada" orquestrada pelos Estados Unidos e acusou Washington de inventar "uma nova guerra perpétua". O presidente explicou que a agressão dos EUA contra a Venezuela visa "mudar o regime" em seu país e roubar sua "imensa riqueza petrolífera". "A verdade é que a Venezuela é inocente, e tudo o que está sendo feito contra a Venezuela é para justificar uma guerra, uma mudança de regime e para roubar nossa imensa riqueza petrolífera, que é a maior reserva de petróleo do mundo e a quarta maior reserva de gás", afirmou.
Além disso, a ONU e a própria DEA indicam que a Venezuela não é uma rota principal para o tráfico de drogas para os Estados Unidos, já que mais de 80% das drogas utilizam a rota do Pacífico.