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Cúpula do Mercosul será realizada em Foz do Iguaçu com meta de acordo com UE

Governo Lula quer concluir negociação de 25 anos durante o encontro com os países do bloco europeu.
Cúpula do Mercosul será realizada em Foz do Iguaçu com meta de acordo com UEGettyimages.ru / Buda Mendes

O governo federal confirmou a realização da 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul para o dia 20 de dezembro, em Foz do Iguaçu (PR). O encontro marcará a entrega da presidência pro tempore do bloco, atualmente sob comando do Brasil, ao Paraguai. A expectativa do Palácio do Planalto é concluir no mesmo dia a assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que está em negociação há 25 anos.

O pacto visa estabelecer uma zona de livre comércio entre os países do Mercosul — Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai — e os 27 Estados-membros da União Europeia. Entre os principais pontos do tratado estão a redução de tarifas alfandegárias, compromissos ambientais, regras para compras públicas e mecanismos de facilitação do comércio de bens e serviços.

A assinatura, no entanto, ocorre em meio a divergências internas no bloco europeu. A França continua resistente ao texto atual do acordo. A Assembleia Nacional do país aprovou uma resolução pedindo que o governo rejeite o pacto. O presidente francês Emmanuel Macron afirmou recentemente que o conteúdo "não é satisfatório e precisa ser melhorado", defendendo cláusulas mais rígidas em relação à proteção ambiental e salvaguardas ao setor agrícola.

Por outro lado, países como Alemanha e Espanha mantêm apoio à conclusão do tratado. O chanceler alemão, Friedrich Merz, declarou estar "muito confiante" de que uma decisão será tomada até dezembro de 2025. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou ao presidente Lula, durante reunião na COP30, que há intenção da União Europeia em finalizar o acordo ainda em dezembro. A sinalização foi confirmada pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, durante entrevista coletiva.

Antes da cúpula de chefes de Estado, estão previstas reuniões do Conselho do Mercado Comum, além de encontros entre ministros das Relações Exteriores, da Economia e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros.