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Casa Branca comenta ligação telefônica entre Putin e Maduro

"Não acredito que isso preocupe de forma alguma o presidente", afirmou a porta-voz Karoline Leavitt.
Casa Branca comenta ligação telefônica entre Putin e MaduroAP / Evan Vucci

A parta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta quinta-feira (11) que não considera que a ligação telefônica entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, seja motivo de preocupação para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Não acredito que isso preocupe de forma alguma o presidente, não", afirmou Leavitt ao ser questionada sobre o assunto durante coletiva de imprensa.

A porta-voz afirmou que deixará que o próprio Trump "fale sobre isso" e acrescentou que o mandatário norte-americano ainda não conversou com Putin sobre a ligação.

"Ele não falou hoje com o presidente Putin e, pelo que entendi, a ligação ocorreu esta manhã, então a resposta [ao jornalista que perguntou] é não", disse.

Apoio russo

Na conversa entre Putin e Maduro, o presidente russo transmitiu ao seu homólogo o seu apoio diante da pressão externa contra a Venezuela, informou o Kremlin.

"Vladimir Putin expressou a sua solidariedade com o povo venezuelano e reafirmou o seu apoio à ação do governo de Nicolás Maduro, orientada para defender os interesses nacionais e a soberania em condições de crescente pressão externa", indicou Moscou.

Por sua vez, Caracas informou que Maduro comunicou ao presidente russo sobre "o avanço sustentado da Venezuela, que está vencendo a batalha pela paz, pelo crescimento econômico e pela estabilidade social".

Além disso, ambos os mandatários "reafirmaram o caráter estratégico, sólido e ascendente das relações" entre os dois países.

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.