Notícias

Trump 'não está interessado em uma guerra prolongada' na Venezuela, diz Casa Branca

Porta-voz Karoline Leavitt respondeu a uma pergunta direta sobre o país latino-americano.
Trump 'não está interessado em uma guerra prolongada' na Venezuela, diz Casa BrancaGettyimages.ru / Alex Wong

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "não está interessado em uma guerra prolongada" na Venezuela, afirmou nesta quinta-feira (11) a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Durante uma coletiva de imprensa, Leavitt respondeu a uma jornalista que o assunto "definitivamente" não está nos planos de Trump. "[Trump] foi muito claro a respeito: ele quer paz", afirmou.

"Ele também quer ver o fim do tráfico de drogas ilegais para os Estados Unidos que tiram a vida de centenas de milhares de americanos em todo o país", disse a porta-voz.

Leavitt informou também que Trump "pensa nisso todos os dias" na Casa Branca e indicou que, com cada suposto "barco de drogas" que é abatido, "milhares de vidas são salvas".

Na mesma coletiva, a porta-voz afirmou que o petroleiro com petróleo venezuelano apreendido no mar do Caribe pelas forças americanas está "em processo de apreensão" e que sua tripulação está sendo interrogada.

Com relação ao destino da carga, a funcionária contradisse o que Trump havia declarado no dia anterior: os EUA não ficarão com o petróleo sem pagar por ele, esclarecendo que a apreensão envolve "um processo legal".

Agressões dos EUA

Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.