O governo da Venezuela informou nesta quinta-feira (11) que, após a conversa telefônica realizada entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, ambos os mandatários "reafirmaram o caráter estratégico, sólido e ascendente das relações" entre os dois países.
Em comunicado publicado pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, a chancelaria aponta que o presidente russo "ratificou, de forma firme e categórica, seu apoio e respaldo ao presidente Nicolás Maduro nos esforços nacionais para consolidar a paz, a estabilidade política, o desenvolvimento econômico e a proteção social do povo venezuelano".
Além disso, Putin "destacou que o povo venezuelano merece respeito absoluto em sua luta legítima pela defesa de sua soberania e independência" e reiterou que "os canais de comunicação direta entre ambas as nações permanecem abertos permanentemente".
O presidente russo também expressou que seu país coloca "à disposição sua capacidade diplomática para fortalecer a cooperação em assuntos essenciais" como soberania, direito internacional e paz.
Avanços venezuelanos
Nicolás Maduro informou a Putin "sobre o avanço sustentado da Venezuela, que está vencendo a batalha pela paz, o crescimento econômico e a estabilidade social".
Na mesma linha, o presidente venezuelano afirmou que o país "deve liderar o crescimento econômico regional de 9% este ano, de acordo com as estimativas previstas".
Durante a conversa telefônica, ambos os mandatários "comemoraram os resultados da recente Comissão Intergovernamental de Alto Nível (CIAN)", na qual foram assinados 19 acordos e avaliados os preparativos para a próxima reunião da referida comissão, que será realizada no próximo ano em Caracas, "com o objetivo de avançar no Plano Conjunto para o Desenvolvimento até 2030".
Maduro também enfatizou "a importância de continuar consolidando os avanços em matéria de conectividade aérea e marítima entre os dois países" e destacou que a Venezuela tem rotas diretas para Moscou e São Petersburgo.
Assim, os dois mandatários concordaram em "aprofundar e ampliar" os "intercâmbios econômicos, turísticos e culturais".
Agressões dos EUA
Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.