
Putin manifesta apoio a Maduro em meio à crescente pressão externa contra a Venezuela

O presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta quinta-feira (11), segundo informações do Kremlin.
Em meio à crescente pressão externa, o presidente russo manifestou apoio a Caracas.
"Vladimir Putin expressou sua solidariedade ao povo venezuelano e reafirmou seu apoio ao curso adotado pelo governo de Nicolás Maduro, que visa defender os interesses nacionais e a soberania sob crescente pressão externa", diz o comunicado.

O Kremlin detalhou que os chefes de Estado conversaram sobre questões relacionadas ao desenvolvimento futuro das relações entre a Rússia e a Venezuela, no âmbito do tratado de parceria estratégica e cooperação que entrou em vigor em novembro de 2025.
"Foi confirmada a vontade mútua de implementar de forma coerente projetos conjuntos nas áreas comercial-econômica, energética, financeira, cultural-humanitária e outras", enfatizou o texto.
A conversa entre os dois líderes ocorre em meio à agressão sem precedentes que os EUA estão promovendo contra a Venezuela.
Washington acusou Caracas — sem apresentar qualquer prova — de ser um centro de narcotráfico e prometeu repetidamente realizar operações militares terrestres não apenas em território venezuelano, mas também contra outros países da região.
Como o passo mais recente em sua campanha de pressão, os EUA tomaram de assalto um navio-tanque carregado com petróleo venezuelano.
A Venezuela, por sua vez, rejeita veementemente todas as acusações de narcotráfico e exige o fim da agressão.
"Da Venezuela, pedimos e exigimos o fim do intervencionismo ilegal e brutal do governo dos EUA na Venezuela e na América Latina. Da Venezuela, exigimos: basta de políticas de mudança de regime, golpes de Estado e invasões ao redor do mundo", declarou Maduro na quarta-feira (10).
Agressões dos EUA
Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.


