
Venezuela agradece apoio de Cuba diante da 'agressão inaceitável' dos EUA

O governo da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou gratidão ao presidente cubano Miguel Díaz-Canel "pelo seu forte apoio e condenação inequívoca do recente ataque perpetrado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos contra um petroleiro no Mar do Caribe".
Em uma publicação no Telegram, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, reiterou sua condenação ao ataque ocorrido no dia anterior na costa venezuelana e classificou o ato como "ato de pirataria".
A declaração divulgada pelo chanceler afirma que o assalto ao petroleiro "constitui uma violação flagrante do direito internacional" e "representa uma agressão inaceitável contra a soberania nacional da Venezuela, seu direito ao livre comércio e sua liberdade de navegação".
"Uma ameaça aos nossos povos"
"Este ataque representa uma ameaça a todos os povos da nossa região, pondo em risco a paz e a estabilidade que tanto prezamos", diz o comunicado.

O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, condenou veementemente a apreensão de um petroleiro venezuelano pelas forças americanas, classificando-a como um "ato vil de pirataria".
"Condenamos o ato vil de pirataria e a apreensão, pelas forças militares daquele país, de um navio que transportava petróleo venezuelano, o que contraria as regras do livre comércio e da liberdade de navegação, em flagrante violação do direito internacional", escreveu Rodríguez em sua conta no X, afirmando que essa ação corresponde a uma "escalada agressiva" de Washington contra Caracas.
Agressões dos EUA
Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.

