O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, condenou "veementemente" a apreensão de um navio com petróleo venezuelano pelas forças americanas, classificando-a como um "ato vil de pirataria".
"Condenamos o ato vil de pirataria e a apreensão pelas forças militares daquele país de um navio com petróleo venezuelano, o que contraria as regras do livre comércio e da liberdade de navegação, em flagrante violação do direito internacional", escreveu Rodríguez em sua conta no X, garantindo que essa ação corresponde a uma "escalada agressiva" de Washington contra Caracas.
Por sua vez, o governo da Venezuela classificou a operação norte-americana como um "roubo descarado e um ato de pirataria internacional".
"A República Bolivariana da Venezuela denuncia e repudia veementemente o que constitui um roubo descarado e um ato de pirataria internacional, anunciado publicamente pelo presidente dos EUA, que confessou o assalto a um navio petroleiro no mar do Caribe", diz um comunicado divulgado pelo ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, em seu canal no Telegram.
"Vamos ficar com ele"
A notícia da apreensão foi confirmada anteriormente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que se trata de "um grande petroleiro. Muito grande".
"O maior que já se viu, e há outras coisas acontecendo que vocês verão mais adiante", acrescentou.
Além disso, o presidente explicou que a apreensão foi realizada por "um motivo muito bom", sem dar mais detalhes sobre a operação. Quando questionado sobre o destino do petróleo que o navio transportava, o presidente respondeu: "Bem, vamos ficar com ele, eu acho".
Agressão dos EUA
- Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
- Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.