
Trump diz que os Estados Unidos vão ficar com petróleo de navio apreendido na costa venezuelana

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou à imprensa que Washington pretende ficar com o petróleo transportado pelo navio apreendido na costa da Venezuela, uma ação tomada em meio à escalada da agressão dos EUA contra a República Bolivariana.
"Bem, acho que vamos ficar com ele", respondeu o presidente quando questionado por repórteres sobre o destino do petróleo bruto. Ao mesmo tempo, ele se recusou a divulgar para qual porto o navio-tanque seria levado.
"Você é um bom repórter", disse Trump ao correspondente que o questionou sobre isso. "Apenas siga o navio-tanque. Pegue um helicóptero e siga o navio-tanque", respondeu. O presidente acrescentou que o navio foi apreendido por "um ótimo motivo".
Trump não ofereceu explicações ou detalhes sobre essa ação, limitando-se a afirmar que seu governo divulgaria mais informações em breve.
"Acho que as fotos serão divulgadas muito em breve. Eles discutirão isso com as pessoas apropriadas mais tarde", disse.
'O maior já visto'
Durante o anúncio da apreensão do petroleiro na costa da Venezuela, Trump vangloriou-se do tamanho da embarcação.
"Um grande petroleiro. Um enorme", declarou o presidente americano. "O maior já visto, e há outras coisas acontecendo que vocês verão mais tarde", acrescentou.
Anteriormente, a Bloomberg noticiou que as forças americanas "interceptaram e apreenderam um petroleiro sujeito a sanções" no Mar do Caribe.
Os Estados Unidos realizaram "ações legais contra uma embarcação apátrida" que estava atracada na Venezuela, segundo um alto funcionário do governo Trump citado pela agência.

Apelos da Venezuela à ação contra a agressão militar
Na terça-feira (9), o Ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, pediu à América Latina que ficasse "em alerta" quanto ao destacamento militar dos EUA, cujo objetivo, segundo ele, era "subjugar os povos da região" para manter o controle político e sobre os recursos dos países latino-americanos.
López também afirmou que "o imperialismo quer dominar e tomar conta deste continente" e, portanto, pediu "a defesa do conceito de soberania, sob o princípio da autodeterminação nacional".
"Digo: Alerta, Venezuela! Alerta, América Latina!", declarou.
Cronologia dos ataques
- Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
- Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.
