A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, divulgou nesta quarta-feira (10) imagens do momento em que os EUA apreenderam um petroleiro na costa da Venezuela, em meio à escalada da agressão americana contra a República Bolivariana.
O vídeo mostra um helicóptero militar pairando sobre a embarcação e vários militares uniformizados desembarcando. Apontando suas armas, eles entram em diferentes áreas.
Em sua declaração, Bondi observou que o petroleiro era "usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã" e que a apreensão foi realizada pelo FBI (Departamento Federal de Investigação), pela HSI (Investigações de Segurança Interna), pela Guarda Costeira dos EUA e pelo Departamento de Defesa.
"Há vários anos, o petroleiro está sob sanções dos EUA devido ao seu envolvimento em uma rede ilícita de transporte de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras", explicou Bondi.
Ele acrescentou que a apreensão "foi realizada com segurança" e que a investigação, em conjunto com o Departamento de Segurança Interna, para "impedir o transporte de petróleo sancionado", está em andamento.
'O maior já visto'
Durante o anúncio da apreensão do petroleiro na costa da Venezuela, Trump vangloriou-se do tamanho da embarcação.
"Um grande petroleiro. Um enorme", declarou o presidente americano. "O maior já visto, e há outras coisas acontecendo que vocês verão mais tarde", acrescentou.
Anteriormente, a Bloomberg noticiou que as forças americanas "interceptaram e apreenderam um petroleiro sujeito a sanções" no Mar do Caribe.
Os Estados Unidos realizaram "ações legais contra uma embarcação apátrida" que estava atracada na Venezuela, segundo um alto funcionário do governo Trump citado pela agência.
Cronologia dos ataques
- Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
- Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.