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Trump sobre Gustavo Petro: 'Espero que ele me escute. Ele será o próximo'

Presidente dos Estados Unidos afirmou que seu homólogo colombiano "terá grandes problemas se não cair em si".
Trump sobre Gustavo Petro: 'Espero que ele me escute. Ele será o próximo'AP / Alex Brandon

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira (10) seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, com medidas, afirmando que ele tem se mostrado bastante "hostil" aos EUA.

"Espero que ele me ouça. Ele será o próximo", declarou o mandatário, acrescentando que Petro "terá grandes problemas se não cair em si".

Trump respondeu fez a afirmação em resposta a uma pergunta da imprensa sobre se ele havia considerado conversar com Petro, após seus diálogos com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

"Não, não pensei muito nele. Ele tem se mostrado bastante hostil aos Estados Unidos", disse ele.

O embate

Há vários meses, os dois presidentes vêm trocando farpas verbais. Petro rejeitou e criticou as ações do atual governo dos Estados Unidos no Caribe, onde, sob o pretexto do combate às drogas, foram mobilizadas grandes forças militares, bombardeando embarcações e matando dezenas de pessoas, o que o presidente colombiano classificou como "execuções extrajudiciais". Essas operações também se estenderam ao Pacífico.

Em meio a esses confrontos, em outubro, Petro foi sancionado por Washington, sendo incluído no Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro. Ele foi acusado de ter supervisionado a produção de cocaína "em seu nível mais alto em décadas" durante seu governo.

Em 2 de dezembro, Trump afirmou que qualquer pessoa "que fabrique drogas e as venda para os EUA está sujeita a agressão", o que incluiria a nação sul-americana.

"Ouvi dizer que a Colômbia produz cocaína. Eles têm fábricas de cocaína e depois a vendem para nós [...] Qualquer pessoa que faça isso e a venda em nosso país está exposta a ataques", declarou.

Em resposta, Petro o convidou a visitar a Colômbia para testemunhar e participar da destruição de laboratórios de narcotráfico. Segundo o presidente colombiano, em seu país, sob sua administração, pelo menos nove desses locais são destruídos diariamente "para que a cocaína não chegue aos EUA".

Além disso, Petro advertiu Trump: "Atacar nossa soberania é declarar guerra; não prejudique dois séculos de relações diplomáticas".

Cronologia dos ataques

  • Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
  • Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Infiltrações de inteligênciaDonald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
  • Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
  • Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türkcondenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.