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Glauber Braga acusa Hugo Motta de censura e uso político da Polícia Legislativa

Parlamentar do PSOL denuncia impedimento de acesso da imprensa e familiares na votação de cassação de seu mandato.
Glauber Braga acusa Hugo Motta de censura e uso político da Polícia LegislativaCâmara dos Deputados

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) denunciou nesta quarta-feira (10) um novo episódio de censura no plenário da Câmara dos Deputados, no mesmo dia em que está marcada a votação que pode levar à cassação de seu mandato. Segundo ele, jornalistas, assessores e até familiares foram impedidos de acompanhar a sessão.

"Estão impedindo entradas de jornalistas, da assessoria, da minha irmã que entraria comigo agora no plenário... Estão impedindo a possibilidade de entrar, do mesmo jeito que aconteceu no dia de ontem [...]. Eu nunca faria o que Hugo Motta fez: ordenar que a Polícia Legislativa entrasse e depois jogar a culpa neles. Foi uma atitude covarde", afirmou Braga.

A sessão desta quarta-feira (10) ocorre em meio a tensões elevadas entre parlamentares e denúncias de cerceamento à imprensa. A acusação contra Braga, que será avaliada pela Casa, envolve uma suposta agressão ao militante do MBL Gabriel Costenaro e ao deputado Kim Kataguiri (União-SP). Segundo os denunciantes, o deputado do PSOL teria chutado e empurrado Costenaro. Em sua defesa, Braga afirma ter reagido a "provocações sistemáticas".

O caso ganhou novos contornos na terça-feira (9), quando o parlamentar ocupou por cerca de duas horas a cadeira da Presidência da Câmara, em protesto contra a inclusão de seu processo de cassação na pauta do dia seguinte. A ocupação gerou tumulto, e a Polícia Legislativa foi chamada para retirá-lo à força.

Durante a ação, o sinal da TV Câmara foi interrompido às 17h34, segundo informações divulgadas pelo portal g1, e jornalistas que acompanhavam os trabalhos foram empurrados e removidos do local. As imagens do momento não foram registradas por transmissão oficial, o que reforçou as críticas sobre a transparência da operação.

Após o episódio, o presidente da sessão, Hugo Motta (Republicanos-PB), se manifestou nas redes sociais, classificando a atitude de Braga como extremista. "O agrupamento que se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica", escreveu em seu perfil na rede X. Motta acrescentou que "o extremismo não tem lado".