
Guerra do Ozempic: farmacêutica dinamarquesa quer manter monopólio até 2038 no Brasil

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk pediu à Justiça brasileira a extensão da patente da semaglutida, princípio ativo de medicamentos como Ozempic e Rybelsus, informou o g1.

Caso a solicitação seja aceita, a medida pode adiar a chegada de versões genéricas ao país, já que a patente atual vence em março de 2026.
No Brasil, a patente assegura exclusividade ao fabricante, que pode produzir e comercializar o medicamento de forma exclusiva por cerca de 20 anos, conforme a legislação vigente.
A Novo Nordisk afirma que houve atraso na análise do pedido e solicitou que esse período seja "restaurado". Se o pedido for acolhido, o prazo de validade será estendido até 2038.
Corrida pelos genéricos
O Ministério da Saúde acompanha o caso e busca viabilizar versões nacionais da substância. A pasta pediu à Anvisa a aceleração da análise de 20 pedidos de registro de canetas de semaglutida e liraglutida, o que pode ampliar a concorrência e reduzir os preços no mercado interno.
O custo elevado do tratamento hoje limita a incorporação da semaglutida na rede pública. Cada caneta custa cerca de R$ 1 mil, e a oferta do medicamento a todos os pacientes com obesidade exigiria R$ 8 bilhões por ano, quase duas vezes mais que o orçamento previsto para o Farmácia Popular em 2025.
"Esse valor representa quase o dobro do orçamento do Farmácia Popular em 2025. Com a entrada de novos medicamentos genéricos no mercado e aumento da concorrência, os preços devem cair de forma significativa - em média, estudos apontam que os genéricos induzem queda de 30% nos preços. Esse é um fator determinante para a análise de sua possível incorporação ao SUS", afirmou o Ministério da Saúde.
