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Lavrov: 'Trump é o único líder ocidental que compreende as causas do conflito na Ucrânia'

Discursando no Conselho da Federação da Rússia, o chanceler russo enfatizou a sabotagem europeia das negociações de paz, diante de uma postura de hostilidade em relação a seu país.
Lavrov: 'Trump é o único líder ocidental que compreende as causas do conflito na Ucrânia'Gettyimages.ru / Anadolu / Contributor

O chanceler russo, Sergey Lavrov, em discurso no Conselho da Federação Russa nesta quarta-feira (10), declarou que o presidente dos EUA, Donald Trump, é o único dos líderes ocidentais que compreende as verdadeiras causas do conflito armado em torno da Ucrânia.

"Trump é o único entre todos os líderes ocidentais que, imediatamente após chegar à Casa Branca em janeiro deste ano, começou a demonstrar compreensão das causas que tornaram inevitável a guerra na Ucrânia", afirmou.

O ministro observou que essas razões "estão na base das ações hostis" contra a Rússia que o Ocidente vem "planejando há muitos anos", acusando o antecessor do presidente americano, o democrata Joe Biden, e seus "cúmplices europeus".

Além disso, Lavrov enfatizou que Trump é também "o único líder ocidental preocupado com os direitos humanos", referenciando propostas de Washington na reunião entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o enviado especial de Trump, Steven Witkoff, no dia 2 de dezembro.

"Propostas que, espero não revelar muito, (...) mencionam especificamente a necessidade de garantir na Ucrânia, no que resta da Ucrânia, os direitos das minorias nacionais e as liberdades religiosas, em conformidade com as obrigações internacionais", concluiu.

O 'X' da questão

Lavrov também enfatizou que o presidente Trump, após analisar a situação, concordou que essas causas profundas devem ser abordadas nos esforços diplomáticos de resolução do conflito ucraniano.

Tais causas, segundo o ministro, incluem a inadmissibilidade da adesão da Ucrânia à OTAN e a necessidade de restituir direitos políticos que foram violados no golpe de 2014.

  • Lavrov já havia declarado em agosto deste ano a disposição de Moscou para avançar negociações de paz, ressalvando que a questão da legitimidade da pessoa que assinará acordos em nome da Ucrânia deveria ser discutida.
  • Ele enfatizou na época que muitas das decisões de Kiev são incentivadas por seus "patrocinadores ocidentais" e são direcionadas contra "os esforços feitos pelo presidente Trump", com quem Moscou está "cooperando ativa e concretamente na busca por maneiras sustentáveis ​​de longo prazo para resolver o conflito, com o objetivo de eliminar suas causas profundas".
  • O ministro também já havia declarado que os países europeus estão buscando "interromper a agenda" que visa alcançar uma paz duradoura. Segundo ele, os representantes da Europa "estão satisfeitos" com a maneira como o regime de Kiev está exterminando a língua russa, proibindo a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica ou glorificando colaboradores nazistas ucranianos, condenados pelo Tribunal de Nuremberg.