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Trump sobre suas ações agressivas no Caribe: 'Faremos isso em terra firme, pois é muito mais fácil'

As forças armadas dos EUA tem feito ataques a embarcações, no Caribe e no Pacífico, que já mataram mais de 60 pessoas, a pretexto um suposto "combate ao tráfico de drogas".
Trump sobre suas ações agressivas no Caribe: 'Faremos isso em terra firme, pois é muito mais fácil'AP

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que as Forças Armadas dos EUA passarão a atacar alvos terrestres na América Latina sob o pretexto de combater supostos "cartéis de drogas", em meio a ataques recorrentes contra a Venezuela no Caribe.

"Agora vamos fazer isso em terra. Porque é muito mais fácil em terra", afirmou durante discurso em Mount Pocono, na Pensilvânia, na terça-feira (9), ao comentar as operações contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Oceano Pacífico.

"Eles estão tendo muita dificuldade para encontrar pessoas para trabalhar nesses barcos. Ninguém mais quer pescar. Acho que destruímos o mercado de barcos", vangloriou-se o presidente ao se referir às ações. "Pensem nisso", acrescentou, antes de sugerir ataques a partir da terra.

Agressões dos EUA


Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.

Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.

Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türkcondenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.