
Hugo Motta critica ocupação de Glauber Braga e manda apurar cobertura da imprensa
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reagiu com duras críticas à ocupação da mesa diretora da Casa feita pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) nesta terça-feira (9). Segundo Motta, o ato do parlamentar fluminense "desrespeita a própria Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo".
"O agrupamento que se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica", afirmou Motta em seu perfil na rede social X. Para ele, "o extremismo não tem lado".
Braga ocupou a cadeira da Presidência da Câmara por cerca de duas horas em protesto contra a decisão de Motta de pautar, para quarta-feira (10), o processo de cassação de seu mandato. O deputado foi retirado à força pela Polícia Legislativa. Durante a ação, jornalistas foram empurrados e derrubados, e o sinal da TV Câmara foi cortado às 17h34, segundo o portal g1.
Motta defendeu que a democracia seja protegida contra "grito", "gesto autoritário" e "intimidação travestida de ato político". Ele determinou ainda a apuração de "possíveis excessos" na cobertura da imprensa sobre o episódio, marcada por denúncias de agressão a profissionais da comunicação.
Um vídeo divulgado por Sam Pancher, do portal Metrópoles, mostra jornalistas da GloboNews e do UOL sendo agredidos por seguranças enquanto eram removidos do plenário.
Nessa imagem que eu registrei - ao vivo, o sinal estava ruim - é possível ver o repórter Guilherme Balza, da GloboNews, sendo empurrado e a Carol Nogueira, do UOL, sendo alvo de uma agressão ainda mais brutal https://t.co/V9ZyIyRuMzpic.twitter.com/04yMfNp0iy
— Sam Pancher (@SamPancher) December 9, 2025
A denúncia contra Glauber Braga que será analisada pela Casa envolve uma suposta agressão ao membro do MBL Gabriel Costenaro e ao deputado Kim Kataguiri. As acusações apontam que Braga teria chutado e empurrado Costenaro. O parlamentar do PSOL afirmou que reagiu a "provocações sistemáticas".

Após ser retirado do plenário, Braga criticou a atuação da segurança e comparou a resposta da Presidência da Câmara ao tratamento dado à oposição em agosto, quando parlamentares protestaram contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara, Hugo Motta, foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo que teve com aqueles que sequestraram a mesa diretora da Câmara por 48 horas por dois dias em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país", declarou.
Braga também se solidarizou com a imprensa, dizendo que jornalistas tiveram seu trabalho "cerceado". "Até hoje não tinha ouvido falar de cortarem o sinal da TV Câmara para que as pessoas não acompanhassem o que estava acontecendo dentro do plenário", afirmou.
