
País da OTAN está em 'perigo' de perder seu domínio naval no Atlântico para Rússia

O almirante Gwyn Jenkins, comandante da Marinha Real britânica, alertou que o Reino Unido corre o risco de perder a sua posição dominante no Atlântico para a Rússia, caso não aumente os investimentos nas Forças Armadas. A declaração foi feita durante a Conferência de Poder Marítimo, realizada na segunda-feira (8) em Londres, e repercutida pela emissora Sky News.

De acordo com Jenkins, a hegemonia naval britânica, mantida desde o fim da Segunda Guerra Mundial, "está em perigo". Ele afirmou que o Reino Unido ainda mantém sua posição, mas advertiu: "Mantemo-nos firmes, mas não por muito tempo". O almirante ressaltou que os "potenciais adversários" têm destinado grandes recursos para fortalecer suas capacidades marítimas. "Temos de intensificar os nossos esforços, ou perderemos essa vantagem", declarou.
Ao mencionar diretamente a Frota do Norte da Marinha russa, Jenkins afirmou que Moscou a considera uma "área de especialização e vantagem estratégica", motivo pelo qual recebe apoio contínuo. "Estamos numa corrida para permanecer na vanguarda", acrescentou, observando que, embora a Marinha Real ainda esteja tecnicamente avançada, hoje opera "no limite" da sua capacidade.
A Sky News aponta que grande parte dos navios e submarinos britânicos está atualmente fora de serviço ou inoperacional, além de haver escassez significativa de marinheiros e tripulações, especialmente para submarinos. A situação é atribuída a cortes no orçamento militar após o fim da Guerra Fria, bem como a falhas em programas de aquisição de equipamentos.
Estima-se que a Marinha Real conte com cerca de 63 embarcações, frente às aproximadamente 290 da Marinha russa. Em relação aos efetivos, o Reino Unido possui pouco mais de 38 mil militares, enquanto a Rússia conta com um contingente estimado entre 119 mil e 160 mil marinheiros.
