O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (9) que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tem "os dias contados".
Em entrevista ao Politico, Trump lançou um novo ultimato contra Maduro, em meio à agressiva campanha de Washington contra Caracas nas águas do Caribe e às denúncias da Venezuela de que o objetivo da Casa Branca é forçar uma "mudança de regime". "Seus dias estão contados", concluiu.
Embora tenha se recusado a dar mais detalhes sobre até que ponto poderia chegar para derrubar Maduro.
Trump não descartou a possibilidade de tomar medidas semelhantes contra países como Colômbia e México, depois que a jornalista sugeriu que eles eram "ainda mais responsáveis pelo tráfico de fentanil para os EUA".
"Sim, eu tomaria, claro que eu tomaria", respondeu o presidente, repetindo suas recentes ameaças de agir "no terreno" contra outras nações latino-americanas, com o argumento de uma suposta luta contra as drogas.
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.