Trump ameaça impor tarifas ao México por água

Presidente acusou governo mexicano de descumprir tratado de 1944 e exigiu liberação de "200.000 acres-pés de água" até 31 de dezembro de 2025.

O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (8) impor tarifas adicionais de 5% a produtos do México, caso o país "continue violando o Tratado de Água" firmado entre os países. 

Segundo Trump, as ações mexicanas estão "prejudicando seriamente" a agricultura e pecuária do estado do Texas. Em seguida, afirmou que o país vizinho ainda deve a Washington "mais de 800.000 acres-pés de água" decorrentes do descumprimento do acordo "nos últimos cinco anos". 

"Os EUA precisam que o México libere 200.000 acres-pés de água antes de 31 de dezembro, e o restante deve vir logo em seguida. Até o momento, o México não está respondendo, e isso é muito injusto para os nossos agricultores americanos, que merecem essa água tão necessária", escreveu o presidente na Truth Social. Ele anunciou ter autorizado a documentação para impor uma tarifa de 5% caso a água não seja liberada "imediatamente". 

O Tratado das Águas, assinado entre os dois países em 1944, tem estado no foco do governo Trump desde janeiro. Inicialmente, a Casa Branca optou por negociar com o governo mexicano, liderado pela presidente Claudia Sheinbaum.

Assim, em 29 de abril, a secretária de Agricultura dos EUA, Brooke Rollings, informou em um comunicado que o México "se comprometeu a transferir água de seus reservatórios e aumentar a participação dos EUA no fluxo de seis afluentes do rio Bravo mexicano até o final do atual ciclo hidrológico quinquenal".

Segundo revelou a funcionária de alto escalão norte-americana, o acordo resultou de intensas negociações lideradas por "funcionários do gabinete mexicano e pelo subsecretário de Estado Christopher Landau".  

Sheinbaum comemorou o recente acordo, que expira em outubro de 2025, e assegurou que seu país cumprirá o que foi assinado na medida do possível.

Durante as negociações, Trump acusou o México de descumprir o pacto hídrico e a mandatária respondeu que o descumprimento se devia à falta de água e não a um interesse em prejudicar seu vizinho do norte. "Tem a ver com a disponibilidade de água. [...] O que foi argumentado é que, se não há água, como você a entrega?", disse ela na época.