A Comissão de Comércio Internacional do Parlamento europeu (Inta, na sigla em inglês) aprovou nesta segunda-feira (8) mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas, vinculadas ao acordo comercial da União Europeia com o Mercosul.
"Estamos ouvindo aos nossos agricultores. Hoje mostramos ao setor agrícola da UE que, caso produtores sejam impactados negativamente pelo acordo Mercosul-UE, nós iremos protegê-los", declarou Bernd Lange, diretor do Comitê Internacional de Comércio, citado pela imprensa regional.
A medida permite prejudicar exportações de países do bloco sul-americano, entre eles o Brasil. Para isso, prevê a suspensão temporária de preferências tarifárias, caso determinem que essas importações prejudiquem produtores europeus. A proposta de salvaguardas foi aprovada com 27 votos a favor, 8 contra e 7 abstenções.
Agora, o próximo passo será a votação no plenário do Parlamento Europeu, marcada para o período de 15 a 18 de dezembro. A partir daí, iniciam as conversas entre o Parlamento e os Estados-membros buscando fechar a versão final do acordo.
A expectativa é de que o acordo seja assinado no dia 20 de dezembro, segundo afirmou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
O acordo enfrenta resistência de setores europeus, como produtores agrícolas da França e Polônia, que chegaram a protestar publicamente contra o tratado.
Relações comerciais
A UE é o segundo maior parceiro comercial do Mercosul, com exportações de bens estimadas em €57 bilhões em 2024.
Representa 25% do comércio de serviços do Mercosul, com €29 bilhões em exportações de serviços europeus em 2023.