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Polícia Federal prende dois policiais militares por vazar informações para o crime organizado

A Operação Tredo foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (8), buscando cumprir 17 mandados judiciais.
Polícia Federal prende dois policiais militares por vazar informações para o crime organizadoTânia Rêgo/Agência Brasil

A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira (8), dois sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, acusados de vazar informações sobre operações nas comunidades do estado. A ação faz parte da Operação Tredo — palavra sinônima de traidor — que busca desarticular um núcleo do Comando Vermelho (CV) que opera dentro da estrutura do Estado.

A ação decorreu de uma investigação que inicialmente identificou o fornecimento de drones e treinamento a integrantes da facção por um militar da Marinha, o que acarretou na Operação Buzz Bomb em setembro de 2024 e no compartilhamento de informações entre órgãos ao longo de mais de um ano, investigando as redes de atuação da organização criminosa nos contingentes das forças de segurança. 

Conforme progrediu o inquérito, foram identificados militares que boicotavam operações policiais, revelando detalhes a líderes do CV, permitindo que a organização criminosa se antecipasse para frustrar a atuação dos agentes de segurança.

Limpeza interna

A nota da Polícia Federal indica que a operação cumpre onze mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão, coordenada com apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Corregedoria da Polícia Militar.

Conforme noticiado pelo veículo de imprensa local Tempo Real RJ, os dois sargentos presos foram identificados como Luciano da Costa Ramos Junior e Rodolfo Henrique da Rosa. Rodolfo faz parte do BOPE, sendo responsável por escalar as equipes policiais para operações e apontado como informante do traficante Carlos da Costa Neves, de vulgo "Gardenal", que lideraria o CV no Complexo da Penha.

A PF apontou também que um dos alvos dos mandados de prisão já havia sido preso anteriormente na Operação Contenção, que provocou mais de uma centena de mortes nos Complexos da Penha e do Alemão no fim de outubro. O g1 o identificou como Thiago do Nascimento Mendes, um dos líderes do CV na Zona Norte do Rio, conhecido como Belão do Quitungo.

Se acusados, os investigados responderão pelos crimes de integração em organização criminosa armada, corrupção passiva e ativa, homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma e violação de sigilo funcional.