Saiba o que diz o Kremlin sobre a renovada Estratégia de Segurança Nacional dos EUA

O porta-voz presidencial russo indicou que existe a possibilidade de restaurar as relações bilaterais entre a Rússia e os EUA.

A nova Estratégia de Segurança dos Estados Unidos pressupõe a necessidade de um diálogo, o que agrada a Moscou, declarou nesta segunda-feira (08) o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov.

"Fala-se da necessidade de diálogo e de estabelecer relações construtivas e amigáveis. Isso não pode deixar de ser satisfatório e se encaixa perfeitamente em nossa visão", disse o porta-voz em uma coletiva de imprensa.

"E entendemos que, ao eliminar os fatores irritantes que existem atualmente no plano bilateral, podemos abrir a perspectiva de, digamos, uma verdadeira restauração de nossas relações e sua saída de um estado de crise bastante profundo", indicou.

No domingo (07), Peskov afirmou que a nova Estratégia de Segurança dos Estados Unidos representa "uma mudança radical" em relação às abordagens das administrações anteriores em Washington, embora tenha lembrado que, naquele país, muitas decisões importantes acabam sendo influenciadas pelo que é chamado de "Estado profundo".

"As correções que vemos, eu diria, correspondem em grande medida à nossa visão. E, provavelmente, pode-se esperar que isso seja uma garantia modesta de que será possível continuar de forma construtiva o trabalho conjunto na busca de uma solução pacífica para a Ucrânia, no mínimo”, disse. Além disso, ele ressaltou que a estratégia inclui "até mesmo o reconhecimento de que a OTAN deve parar de se expandir".

Do que trata o documento?

A Estratégia de Segurança dos EUA, divulgada na semana passada, estabelece o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia como uma prioridade. "É um interesse central dos EUA negociar um rápido cessar-fogo das hostilidades na Ucrânia com o objetivo de estabilizar as economias europeias, evitar uma escalada indesejada ou expansão da guerra e restabelecer a estabilidade estratégica com a Rússia, bem como permitir a reconstrução da Ucrânia após as hostilidades para permitir sua sobrevivência como um Estado viável", diz o documento.

Além disso, ele afirma que a OTAN não deve ser vista como uma "aliança em constante expansão" e que tal desenvolvimento deve ser evitado.