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Corpos aparecem na costa da Colômbia; Petro suspeita de ataque no Caribe e exige apuração

"Podem ser mortos por bombardeio no mar", comentou o presidente colombiano.
Corpos aparecem na costa da Colômbia; Petro suspeita de ataque no Caribe e exige apuraçãoSebastian Barros / Gettyimages.ru

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, solicitou no domingo (7) uma investigação urgente por parte das autoridades, após terem sido encontrados vários corpos sem vida nas costas do departamento de La Guajira, no norte do país. O presidente sugeriu que poderiam corresponder a vítimas de um ataque militar no Caribe.

De acordo com um vídeo republicado pelo próprio presidente, dois corpos mutilados foram arrastados pela maré até a praia. Na gravação, afirma-se que "os bombardeios e explosões no Caribe, os que têm ocorrido por aqui, são audíveis". "Esses mortos […] seriam produto desses bombardeios e presume-se que eram cidadãos colombianos, que foram assassinados sem o devido processo, uma execução extrajudicial pelo bombardeio norte-americano", acrescenta-se na reportagem sobre o caso.

Diante disso, Petro pediu que as autoridades competentes investiguem o caso e solicitou uma ação coordenada com o Ministério Público da Venezuela. "Têm aparecido esses corpos flutuando no mar de La Guajira, peço à Medicina Legal que estabeleça as identidades e coordene com o Ministério Público da Venezuela. Podem ser mortos por bombardeio no mar", comentou Petro.

Na quinta-feira (4), a emissora RTVC apresentou uma reportagem sobre a descoberta de dois cadáveres em uma localidade pesqueira chamada Puerto López, bem como sobre outros corpos que aparentemente foram encontrados do lado venezuelano — embora não tenham sido especificados quantos nem os locais exatos desses achados. Um representante da Polícia de La Guajira confirmou que corpos foram encontrados naquela praia, mas as causas das mortes ainda não foram estabelecidas.

Cronologia dos ataques

  • Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.

  • Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

  • Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

  • As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

  • O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

  • Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.