Confrontos violentos eclodiram novamente na fronteira entre Tailândia e Camboja, com acusações mútuas de violação do cessar-fogo, que havia sido previamente negociado pelos Estados Unidos.
O porta-voz do Exército tailandês, Winthai Suvaree, informou que, na madrugada de segunda-feira (8), tropas cambojanas abriram fogo contra militares tailandeses na província de Ubon Ratchathani, resultando em um soldado morto e quatro feridos, conforme a AFP.
Em resposta, o Exército tailandês afirmou que começou a usar aeronaves para atacar alvos militares em diversas áreas. A Força Aérea Real também mobilizou caças F-16 para fornecer apoio aéreo, segundo a imprensa local.
A porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata, declarou que, na mesma madrugada, as forças tailandesas lançaram um ataque contra tropas cambojanas nas províncias de Preah Vihear e Oddar Meanchey, nas áreas fronteiriças. Socheata acusou Bangkok de "disparar vários tiros de tanques contra o templo Ta Muen Thom" e outras áreas próximas ao templo Preah Vihear, localizado em território disputado. Ela acrescentou que Phnom Penh não retaliou.
Mais de 385.000 civis tailandeses receberam ordem de evacuação das áreas de fronteira de quatro províncias, de acordo com as autoridades locais. Moradores também fugiram de vilarejos no lado cambojano da fronteira. O Ministério da Informação do Camboja informou que 1.157 famílias foram evacuadas para áreas seguras.
Mediação de Trump
O conflito entre Tailândia e Camboja teve um ponto de inflexão em julho de 2025, após vários dias de confrontos armados na fronteira. A crise levou a uma rodada de negociações de paz mediadas por representantes dos Estados Unidos e da China, realizada na Malásia. Durante as negociações, ambas as partes concordaram com um cessar-fogo, um acordo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se atribuiu posteriormente.
Trump comentou que o conflito entre Tailândia e Camboja "foi uma das primeiras guerras em que me envolvi". Ele expressou satisfação por, em nome dos Estados Unidos, ter ajudado a resolver o conflito e "forjar um futuro para a região, em que nações independentes e orgulhosas possam prosperar e florescer em segurança e paz".