
China denuncia ameaças do Japão a sua segurança interna

As Forças Armadas do Japão fazem com frequência ações que ameaçam a segurança da China no mar e no ar, afirmou no domingo (7) o Ministério das Relações Exteriores chinês, em resposta às acusações de Tóquio de que caças chineses teriam alvejado aeronaves japonesas com radares de controle de tiro.

A chancelaria chinesa afirmou que as aproximações recorrentes de caças japoneses para "realizar reconhecimento aéreo aproximado e assédio" contra atividades militares regulares da China constituem "o maior risco à segurança no mar e no ar". Segundo o ministério, "A China não aceita a forma como o Japão lida com essa questão, rejeitou-a veementemente e apresentou contramedidas tanto em Pequim quanto em Tóquio".
De acordo com o governo chinês, o Japão está "exagerando" a gravidade do incidente e "confundindo deliberadamente o certo com o errado".
"[Tóquio] está culpando outros por suas ações, incitando tensões e enganando a comunidade internacional, tudo com intenções totalmente maliciosas", afirmou a chancelaria, reiterando que Pequim se opõe "firmemente" a esse tipo de conduta.
O ministério instou o Japão a cessar imediatamente os "atos perigosos de assédio contra os exercícios militares convencionais da China" e a encerrar "todo tipo de especulação falsa e irresponsável e manipulação política".
Crise diplomática
Desde o dia 7 de novembro, quando a premiê japonesa Sanae Takaichi declarou a possibilidade de adoção de medidas contra a China, Pequim tem reagido oficialmente.
Em 13 de novembro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que as declarações ds Takaichi "violam gravemente o princípio de uma só China" e configuram "interferência flagrante em assuntos internos, afronta aos interesses fundamentais e violação da soberania da China".
O porta-voz citou "inúmeros crimes" cometidos pelo Japão em Taiwan "durante o seu domínio colonial".
"O Japão deve se arrepender totalmente por seus crimes de guerra, parar imediatamente com suas declarações e ações erradas e provocativas que interferem nos assuntos internos da China e parar de brincar com fogo na questão de Taiwan. Quem brinca com fogo acaba se queimando!", afirmou.
No dia 20 de novembro, Lai Ching-te, presidente de Taiwan, publicou em seu perfil no X uma foto em que aparece consumindo pratos típicos japoneses, acompanhada da legenda: "O almoço de hoje é sushi e sopa de missô".
A publicação foi respondida pelo governo chinês, que declarou que "seja qual for o espetáculo que as autoridades de Lai Ching-te montem, isso não muda o fato de que Taiwan é o Taiwan da China e é uma parte inalienável do território da China".
- Taiwan é autogovernada desde 1949, com administração própria, enquanto Pequim considera a ilha parte inalienável de seu território. A maioria dos países do mundo, entre eles Rússia e Brasil, reconhece Taiwan como parte integrante da República Popular da China.
