Rixi Moncada, candidata do partido governista LIBRE, declarou neste domingo (7) que seu movimento não reconhece as eleições em Honduras realizadas "sob interferência e coerção" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da "oligarquia aliada".
Durante um discurso, a política denunciou perante a comunidade internacional a interferência de Washington nos resultados das eleições, classificando o acontecimento como um ato de traição.
"O LIBRE, em defesa da democracia, do povo hondurenho, de nossos membros combativos e da comunidade nacional e internacional, declara: em primeiro lugar, o Libre não reconhece as eleições realizadas sob a interferência e coerção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da oligarquia aliada, que atacaram o povo hondurenho com um golpe eleitoral em curso, após enviar milhões de mensagens por diferentes plataformas ameaçando o povo de que, se votassem em Rixi, não receberiam salários em dezembro", afirmou.
Moncada exigiu ainda a anulação das eleições e a repetição do pleito presidencial, além de convocar mobilizações populares para rejeitar o que classificou como golpe eleitoral.
A candidata denunciou também que, em 6 de dezembro, foi demonstrado na sessão plenária do Conselho Nacional Eleitoral que o sistema de transmissão dos resultados eleitorais preliminares (TREP) "foi manipulado em seu código-fonte" e anunciou a convocação de uma assembleia extraordinária para o próximo sábado (13), bem como protestos em todo o território nacional e assembleias departamentais com a militância do partido no governo.
Além disso, condenou o indulto ao ex-presidente hondurenho José Orlando Hernández pelo governo dos EUA e exigiu que sejam apresentados os processos fiscais e emitida ordem de captura internacional "por seus crimes contra o território (Zonas de Emprego e Desenvolvimento Econômico) e pela violação da Constituição com a reeleição ilegal".
Ao mesmo tempo, o partido também rejeitou "a narrativa imperial do comunismo" usada como "ataque" a Rixi Moncada e afirmou que desautoriza "qualquer funcionário público que se coloque à disposição e anuncie cooperação em uma transição governamental com os inimigos do povo, autores deste golpe eleitoral em curso".
- Uma semana após as eleições presidenciais em Honduras, o país ainda parece longe de um resultado final definitivo, com a impaciência e a desconfiança pública crescendo em meio a alegações de irregularidades e fraudes no processo de recontagem.
- O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) já completou 48 horas sem atualizar os resultados da eleição presidencial. Segundo a mídia local, os últimos resultados, divulgados na sexta-feira (5) com 88% das cédulas apuradas, colocam Nasry Asfura, candidato do Partido Nacional e favorito de Washington, em primeiro lugar com 40,19% dos votos, seguido de perto por Salvador Nasralla com 39,49%. Rixi Moncada, candidata do partido governista LIBRE, está em terceiro lugar com 19,3%.