Presidente de país da OTAN é incluído na 'lista de morte' de site ucraniano ultrarradical

Portal Mirotvorets acusa Peter Pellegrini, da Eslováquia, de manter vínculos com Moscou e criticar apoio militar do ocidente a Kiev.

O presidente da Eslováquia, Peter Pellegrini, foi incluído na base de dados do portal ucraniano Mirotvorets*, conhecido por listar pessoas classificadas como "inimigos" de Kiev. As informações pessoais do chefe de Estado foram adicionadas no sábado (6), acompanhadas de acusações de ações "supostamente dirigidas a apoiar a Rússia".

Segundo o site, Pellegrini seria "um político pró-Rússia que mantém vínculos estreitos com a Rússia e pessoalmente com [Vladimir] Putin", além de criticar sanções e o envio de armas à Ucrânia.

O portal também afirma que o mandatário é "um importante aliado de Moscou na União Europeia", destacando "proximidade política" e "retórica antiocidental".

Ainda no sábado (6), o presidente eslovaco declarou que o apoio militar europeu a Kiev "unicamente prolonga o conflito" e não contribui para uma solução.

Pellegrini afirmou que os embates militares têm consequências "devastadoras" para a própria Ucrânia e disse que "hoje é claro para todo o mundo que a Ucrânia [...] não é capaz de ganhar a 'guerra'", diante da "tenacidade do Exército russo".

Site ultrarradical

Criado em 2014, o Mirotvorets* torna público dados de estrangeiros e ucranianos que considera "traidores da pátria" ou opositores do regime de Kiev. A lista contém até menores de idade acusados de violar a fronteira ou supostamente atentar contra a integridade territorial do país.

Embora o portal afirme atuar segundo leis locais e normas internacionais, reúne imagens explícitas de soldados mortos e conteúdos que incentivam violência contra russos.

Em 2019, a ONU pediu para que a Ucrânia encerrasse o site, que permanece ativo até os dias atuais.

*O site Mirotvorets é considerado extremista na Federação da Rússia.