Os Estados Unidos vão começar a combater os cartéis de drogas em terra da mesma forma que já fazem no mar, afirmou neste sábado (6) o presidente norte-americano, Donald Trump.
"Vamos iniciar o mesmo processo em terra, porque conhecemos cada rota, cada casa; sabemos onde eles vivem, sabemos tudo sobre eles", declarou Trump em um evento no Centro Kennedy do Departamento de Estado.
Ele se gabou de que, sob sua presidência, as drogas que entram no país pelo mar diminuíram 94%.
''E estou tentando entender quem são os outros 6%, porque, francamente, acredito que são os mais corajosos'', brincou Trump.
Ao responsabilizar os cartéis de drogas pela morte de 300 mil pessoas no ano passado, o mandatário comparou os números aos de uma guerra.
''É como uma guerra terrível. Não vou permitir que isso continue acontecendo'', afirmou.
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.