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Hungria bloqueia plano da UE para empréstimo a Kiev e deixa bloco sem alternativa

Dentro da União Europeia, cresce a resistência ao uso de ativos russos congelados para financiar a Ucrânia.
Hungria bloqueia plano da UE para empréstimo a Kiev e deixa bloco sem alternativaGettyimages.ru / Roberto Schmidt / Stringer

Hungria formalizou nesta sexta-feira o bloqueio à emissão conjunta de eurobonds como alternativa ao uso de fundos russos congelados para conceder um empréstimo multimilionário a Kiev, caso a aplicação legal desses ativos seja inviável, segundo o Politico.

Fontes diplomáticas presentes na cúpula de embaixadores da UE indicam que Budapeste rejeitou contrair dívida conjunta respaldada pelo orçamento comunitário de sete anos. A decisão ocorreu poucas horas antes de reunião entre o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, sobre o financiamento a Kiev.

Na quinta-feira, Merz afirmou que leva "muito a sério" as preocupações de Bruxelas e tentará convencer De Wever da necessidade de aprovar a medida.

Pressão sobre Bélgica

A Comissão Europeia apresentou nesta semana dois esquemas de financiamento plurianual para a Ucrânia: emissão de dívida com garantia do orçamento da UE e um "empréstimo de reparações" apoiado em ativos soberanos russos congelados. Com o veto húngaro, o bloco perdeu uma possível alternativa para viabilizar o crédito a Kiev.

Após encontro com Merz e De Wever, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que as negociações continuarão na cúpula do Conselho Europeu, em 18 de dezembro, buscando "alcançar consenso".

Bruxelas já declarou não ter garantias de que não ficará isolada diante de eventuais represálias de Moscou. Em resposta, Berlim se dispôs a cobrir 25% das garantias para convencer a UE a aprovar a confiscação dos fundos russos, majoritariamente depositados na companhia financeira belga Euroclear.

Segundo o Politico, aumentar a dívida com base no orçamento da UE exige unanimidade. O veto da Hungria aumenta as chances de rejeição. Além de Bélgica e Hungria, a Eslováquia também se posicionou contra propostas que incluam apoio militar a Kiev.