A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta sexta-feira (5) que, durante sua reunião com o chanceler alemão Friedrich Merz e o primeiro-ministro belga Bart De Wever, foi acordado continuar as negociações na cúpula do Conselho Europeu sobre o confisco de bens russos apreendidos, com o objetivo de "chegar a um consenso" sobre o assunto.
"A situação particular da Bélgica, no que diz respeito à utilização de ativos russos congelados, é inegável e deve ser abordada de forma a garantir que todos os Estados europeus assumam o mesmo risco", escreveu a alta funcionária em sua conta no LinkedIn, classificando a reunião como "muito construtiva".
Na Bélgica, onde a maior parte dos fundos está depositada, líderes afirmaram repetidamente que ainda não receberam garantias suficientes de que não serão abandonados à própria sorte para enfrentar possíveis represálias de Moscou após o potencial confisco.
O chanceler belga, Maxime Prevot, reconheceu em 1º de dezembro que a decisão de confiscar os ativos russos é cercada de insegurança jurídica e riscos financeiros.
Prevot também reafirmou a falta de vontade dos países europeus de assumir a responsabilidade conjunta de uso de ativos:
"Não é por acaso que os países europeus não querem mostrar solidariedade e compartilhar os riscos, como temos pedido racionalmente há meses. Caso contrário, por que recusar essa mutualização de riscos?" concluiu o representante.
- O presidente russo Vladimir Putin já afirmou, em 27 de novembro, que o confisco de ativos russos cobiçados pela Europa seria um "roubo", e prometeu respostas caso se torne realidade.
"O governo russo, seguindo minhas instruções, está desenvolvendo um pacote de medidas de retaliação caso isso ocorra", declarou o presidente em uma coletiva de imprensa após a reunião da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), no Quirguistão. "Todos afirmam claramente, sem rodeios, que se trataria de um roubo de propriedade alheia".