Zelensky assina lei que permite a mobilização de prisioneiros
O presidente Ucrânia, Vladimir Zelensky, assinou na sexta-feira uma lei que permite que as Forças Armadas do país mobilizem certas categorias de prisioneiros, comunica o site oficial da Rada Suprema da Ucrânia (o Parlamento do país). A iniciativa legislativa entrará em vigor no dia seguinte ao de sua publicação.
A lei prevê a mobilização de prisioneiros em caráter voluntário, informa a mídia local. A decisão sobre cada indivíduo será tomada por um tribunal com base em dados de uma comissão médica, do departamento militar e da unidade militar na qual cada indivíduo prestará serviço militar.
O documento não permite a mobilização de prisioneiros condenados por assassinato intencional de duas ou mais pessoas, estupro, violência sexual, corrupção ou crimes contra os fundamentos da segurança nacional.
Na semana passada, a Rada Suprema aprovou o projeto de lei com 279 votos a favor, nenhum contra e 11 abstenções, enquanto 40 legisladores não votaram.
Enquanto isso, David Arajamia, presidente da facção parlamentar Servo do Povo e membro do Comitê de Assuntos de Segurança Nacional da Rada Suprema, disse aos repórteres que entre 15.000 e 20.000 prisioneiros são elegíveis para mobilização. "Não sabemos quantos deles assinarão o contrato, porque isso será feito por acordo entre as partes. Prevemos que, provisoriamente, serão alguns milhares de pessoas", disse ele.
Nesta semana, o chefe da Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, Kiril Budanov, reconheceu que as tropas de Kiev enfrentam uma situação "crítica" na frente nordeste, onde o exército russo está avançando na região de Kharkov.
Dias atrás, o próprio Zelensky admitiu que as circunstâncias na província de Kharkov são extremamente difíceis para as Forças Armadas ucranianas, reconhecendo que cinco outras áreas da frente estão passando por uma situação igualmente complexa.