Campeã ucraniana de saltos ornamentais abandona Ucrânia após sofrer pressão por falar russo

A campeã europeia de saltos ornamentais, Sofia Lyskun, anunciou que aceitou a cidadania russa e renunciou à ucraniana por considerar incompetentes os treinadores da Ucrânia e por sentir pressão ao manter contato com atletas e especialistas de língua russa.

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A atleta de 23 anos conquistou 12 medalhas em Mundiais e Europeus pela equipe ucraniana. Suas participações mais recentes foram no Europeu de Natação, no fim de maio, e na Copa do Mundo de 2025, no fim de julho. Ela é bicampeã europeia (2018 e 2024) em provas por equipes e saltos sincronizados na plataforma de 10 metros.

Em entrevista, afirmou que seus treinadores, por serem ginastas e atletas de trampolim, não conseguiam lhe ensinar nada novo. Disse que não via progresso e que sua condição psicológica piorava. Em alguns momentos, passava semanas sem treinar, e ficava em casa chorando.

Ela também reclamou das críticas por se comunicar com treinadores russófonos, especialmente um que vivia em Moscou. Relatou ter sido repreendida publicamente durante uma competição e apontou a contradição com o slogan "Esporte é separado da política", exposto na piscina, enquanto, segundo ela, os próprios atletas a atacavam.

• Natural de Lugansk, Sofia Lyskun competia sob a bandeira ucraniana desde 2014. Após a Ucrânia tomar conhecimento de sua nova cidadania, o Comitê Executivo da Federação Ucraniana de Saltos Ornamentais decidiu, por unanimidade, cassar todos os títulos e prêmios concedidos à atleta e expulsá-la da seleção, classificando suas ações como uma "traição".

• A Federação Russa de Esportes Aquáticos afirmou que, após receber a documentação oficial, estará disposta a auxiliá-la na escolha de uma região e de uma base de treinamento.