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Governo usará 2% do PIB para investimentos em ciência e tecnologia

Durante a 6ª reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, Lula expressou ceticismo quanto à influência da iniciativa privada na redução da dependência tecnológica e enfatizou o papel do Estado em seu lugar.
Governo usará 2% do PIB para investimentos em ciência e tecnologiaRicardo Stuckert / Presidência da República

O presidente Lula recebeu nesta quinta-feira (4) a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2024-2034, documento que orientará as políticas públicas da área pelos próximos dez anos, em um passo adiante no esforço de redução da dependência tecnológica externa e recuperação da capacidade produtiva em setores estratégicos.

"Não existe projeto de soberania nacional sem autonomia, sem diminuir a nossa dependência", afirmou durante a cerimônia a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, enfatizando que a superação da vulnerabilidade em setores tecnológicos sensíveis é fundamental para que o país volte a ter protagonismo produtivo e científico.

Contextualizada em uma disputa global por tecnologia, a estratégia visa expandir o sistema nacional de ciência e inovação, estimular a reindustrialização, apoiar projetos que fortaleçam a autonomia em áreas estratégicas e aplicar esses recursos no desenvolvimento social.

O documento passa por consulta pública até 20 de dezembro, antes de sua oficialização.

Maior investimento

Um dos principais objetivos da Estratégia Nacional é elevar o investimento público e privado em ciência e tecnologia para 2% do PIB até 2034. Atualmente, o país aplica cerca de 1,2%.

O governo argumenta que esse acréscimo exige a reorganização do sistema de financiamento, ampliando mecanismos que sustentam universidades e institutos. O presidente Lula, entretanto, reafirmou ceticismo em relação ao investimento privado.

"Nós ainda não conseguimos convencer o conjunto do empresariado brasileiro investir muito em inovação e pesquisa", alegou o presidente. "O capital de risco tem medo
de risco. Então, sabendo disso, o Estado tem que ser generoso e cumprir com a parte daquilo que a iniciativa privada não cumpre".