O chanceler alemão, Friedrich Merz, se desqualificou das negociações de paz ao promover o belicismo, sabotar negociações de paz e promover propostas "irreais", afirmou nesta quinta-feira (4) o enviado especial da Presidência russa para investimentos e cooperação econômica com países estrangeiros, Kirill Dmitriev.
O alto diplomata russo respondeu a uma reportagem do Der Spiegel, que relatou uma ligação telefônica entre líderes europeus e o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky.
Segundo o jornal alemão, Merz acusou os EUA de "brincar" com os políticos sobre o plano de paz na Ucrânia, demonstrando ceticismo acerca das intenções da delegação norteamericana, encabeçada pelo enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e pelo genro de Trump, Jared Kushner.
"O chanceler Merz acusa os americanos de 'estarem jogando sujo, tanto com você [Zelensky] quanto conosco'. Caro Merz, você nem está no jogo. Você se desqualificou por incitar guerras, sabotar a paz, apresentar propostas irrealistas, defender o suicídio da civilização ocidental, imigração e demonstrar uma estupidez teimosa", escreveu Dmitriev na rede social X.
Nesse contexto, o enviado mencionou pesquisas recentes, mostrando que 75% dos alemães estão insatisfeitos com as políticas de Merz. "Nenhum chanceler na história recente teve taxas de aprovação tão baixas com menos de um ano no cargo", afirmou Dmitriev, acrescentando que o político deveria se concentrar nos problemas internos da Alemanha, como "migração, delinquência e o declínio moral e econômico".
- De acordo com a publicação da Der Spielgen, outros participantes da conferência também se somaram ao coro de insegurança com a liderança americana e insatisfação com a falta de protagonismo europeu.
- O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, um dos poucos no velho continente a manter relações próximas com Trump, alertou que também não confiava nos negociadores americanos. "Não podemos deixar a Ucrânia e Vladimir [Zelensky] sozinhos com esses caras", suplicou o finlandês, sendo reiterado pelo secretário geral da OTAN, Mark Rutte.