Países boicotam Eurovision após confirmação da participação de Israel

Próxima edição do concurso, em maio de 2026, não terá quatro integrantes, que juntos somam 14 títulos do festival.

Quatro emissoras europeias confirmaram nesta quinta-feira (4) que não participarão do Eurovision 2026 após a União Europeia de Radiodifusão (EBU) manter Israel na competição. Espanha, Países Baixos, Eslovênia e Irlanda anunciaram a retirada do evento, alegando motivos éticos, humanitários e incompatibilidade com valores institucionais.

A decisão da EBU aconteceu durante reunião em que a exclusão de Israel chegou a ser cogitada por países como a Espanha, mas não entrou em votação.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, celebrou a decisão em uma publicação na rede social X.

"Apreciamos o gesto de solidariedade, irmandade e cooperação, simbolizando uma derrota de quem queria silenciar Israel e espalhar ódio", escreveu.

Espanha

A RTVE, emissora pública da Espanha, em comunicado, afirmou que "o ocorrido na Assembleia da EBU confirma que o Eurovision não é um concurso de músicas, mas um festival dominado por interesses geopolíticos. A Espanha, assim, cumpre sua promessa de se retirar caso Israel participasse".

O país integra o grupo "Big Five", junto com França, Alemanha, Itália e o Reino Unido, cujos representantes avançam diretamente para a final.

Países Baixos

A Avrotos, emissora dos Países Baixos, também anunciou a saída do evento. Em nota, declarou que "a participação nas atuais circunstâncias é incompatível com nossos valores". O país soma cinco títulos do Eurovision.

Eslovênia

Após o anúncio da participação de Israel, a rede eslovena RTV confirmou que não estará na próxima edição do festival.

"Acreditamos que a EBU poderia ter demonstrado uma postura ética e pautada por princípios, e lamentamos que a associação da qual fazemos parte não tenha sido capaz de fazê-lo. Há mais de um ano alertamos que não podemos estar no mesmo palco que um representante de um país que cometeu o genocídio dos palestinos em Gaza", afirmou Ksenija Horvat, diretora do canal.

Irlanda

A emissora irlandesa RTÉ também aderiu ao boicote. Em comunicado publicado em seu site, citou a situação na Faixa de Gaza.

"A RTÉ considera que a participação da Irlanda permanece inconcebível diante da terrível perda de vidas em Gaza e da crise humanitária no local, que continua a colocar em risco a vida de tantos civis". A Irlanda é a maior vencedora da história do concurso, com sete títulos.