Quatro emissoras europeias confirmaram nesta quinta-feira (4) que não participarão do Eurovision 2026 após a União Europeia de Radiodifusão (EBU) manter Israel na competição. Espanha, Países Baixos, Eslovênia e Irlanda anunciaram a retirada do evento, alegando motivos éticos, humanitários e incompatibilidade com valores institucionais.
A decisão da EBU aconteceu durante reunião em que a exclusão de Israel chegou a ser cogitada por países como a Espanha, mas não entrou em votação.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, celebrou a decisão em uma publicação na rede social X.
"Apreciamos o gesto de solidariedade, irmandade e cooperação, simbolizando uma derrota de quem queria silenciar Israel e espalhar ódio", escreveu.
Espanha
A RTVE, emissora pública da Espanha, em comunicado, afirmou que "o ocorrido na Assembleia da EBU confirma que o Eurovision não é um concurso de músicas, mas um festival dominado por interesses geopolíticos. A Espanha, assim, cumpre sua promessa de se retirar caso Israel participasse".
O país integra o grupo "Big Five", junto com França, Alemanha, Itália e o Reino Unido, cujos representantes avançam diretamente para a final.
Países Baixos
A Avrotos, emissora dos Países Baixos, também anunciou a saída do evento. Em nota, declarou que "a participação nas atuais circunstâncias é incompatível com nossos valores". O país soma cinco títulos do Eurovision.
Eslovênia
Após o anúncio da participação de Israel, a rede eslovena RTV confirmou que não estará na próxima edição do festival.
"Acreditamos que a EBU poderia ter demonstrado uma postura ética e pautada por princípios, e lamentamos que a associação da qual fazemos parte não tenha sido capaz de fazê-lo. Há mais de um ano alertamos que não podemos estar no mesmo palco que um representante de um país que cometeu o genocídio dos palestinos em Gaza", afirmou Ksenija Horvat, diretora do canal.
Irlanda
A emissora irlandesa RTÉ também aderiu ao boicote. Em comunicado publicado em seu site, citou a situação na Faixa de Gaza.
"A RTÉ considera que a participação da Irlanda permanece inconcebível diante da terrível perda de vidas em Gaza e da crise humanitária no local, que continua a colocar em risco a vida de tantos civis". A Irlanda é a maior vencedora da história do concurso, com sete títulos.