
'Ninguém estava lá': Cabello comenta especulações sobre a ligação entre Maduro e Trump

O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, criticou a descrença da oposição extremista e suas especulações sobre o conteúdo da recente conversa entre o presidente venezuelano Nicolás Maduro e seu homólogo americano, Donald Trump.
"Trump, meu presidente, vai ligar para Nicolás Maduro? Não, senhor. Isso nunca vai acontecer. Afinal, ele não reconhece Nicolás Maduro como presidente, como vai ligar para ele?", ironizou Cabello, interpretando aqueles que defenderam impossibilidade um contato direto entre os dois mandatários. "A ligação aconteceu", afirmou.
🇻🇪🇺🇸 #ÚltimaHora 🇺🇸🇻🇪🔴 Diosdado Cabello informó que la llamada entre Trump y Maduro provocó que la oposición creara mentiras y fakes news sobre la conversación entre ambos mandatarios. 🎥 VTV #Venezuela#EEUU#Urgentepic.twitter.com/T6ZzM7DD4V
— 𝙋𝙤𝙡𝙞𝙖𝙣𝙖𝙡𝙞𝙩𝙞𝙘𝙖 (@polianalitica) December 4, 2025
Nesse sentido, Cabello destacou que a oposição busca gerar narrativas falsas no que ele descreveu como "terrorismo psicológico" com os fins de "quebrar a vontade de luta, quebrar o espírito de unidade nacional", apesar de ninguém saber a verdade.
"Agora todos são especialistas em saber do que falaram. Ninguém estava lá, ninguém tem ideia alguma", afirmou.

Ao mesmo tempo, ele se referiu à prudência com que Maduro comentou a conversa, enquanto Trump foi quem tornou o assunto público.
"O presidente Nicolás Maduro tem sido muito respeitoso, nem mesmo comentou, quem falou foi esse senhor e disse: 'conversamos'", enfatizou.
O chefe de Estado venezuelano confirmou na quarta-feira (3) que, dias atrás, conversou por telefone com o presidente norte-americano, observando que o evento havia sido amplamente divulgado pela "imprensa mundial". Entretanto, ele afirmou que prefere manter a "prudência diplomática" e, por isso, se recusou a dar mais detalhes.
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.
