Tarifas e sanções são usadas como 'instrumento de subordinação política', diz Dilma Rousseff

Atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) defendeu papel do BRICS diante de política tarifária internacional.

O Rio de Janeiro está sediando a primeira edição da Cúpula Popular do BRICS. Até quinta-feira (4), representantes de 21 países vão debater a participação de movimentos sociais e da sociedade civil na política mundial. No primeiro dia de evento, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, falou sobre a importância do bloco e criticou sanções e tarifas internacionais.

"O uso de tarifas e sanções estão servindo como instrumento de subordinação política. O sistema financeiro permanece assimétrico. Por isso, o BRICS e o NDB são necessários", afirmou.

A ex-presidente do Brasil está no comando do Novo Banco de Desenvolvimento do bloco desde 2023. Desde lá, apresentou índices de positivos de liquidez do banco, que havia passado cerca de 15 meses sem captar recursos no mercado.

O banco também já aprovou financiamento para 123 projetos em países membros.

"Em 2024, o NDB captou 16,1 bilhões de dólares. Ampliamos nossa base de 5 para 11 países membros", disse.

Futuro do banco

No dircurso, Dilma também projetou positivamente o futuro do banco, com a mudança de presidência do BRICS, que deve passar para a Índia.

"Em 2026, a Índia assume a presidência do BRICS, com uma agenda de fortalecimento institucional, e o NDB será prioridade, com propostas de um NDB 2.0, para expandir nossa capacidade de financiamento", declarou.

A presidente do banco ainda falou sobre o fortalecimento do Sul Global e de suas instituições, destacando a importância de abrir as discussões para ciclos além da política, incluindo também acadêmicos e movimentos sociais. 

"Pela 1ª vez, os povos dos países do BRICS possuem um canal permanente de diálogo. Vocês não são observadores, são arquitetos do futuro que queremos construir", disse Rousseff.