A Rada Suprema (Parlamento ucraniano) aprovou nesta quarta-feira (3) uma lei que exclui o idioma russo da lista de línguas protegidas no país.
Segundo a mídia ucraniana, a nova legislação modifica uma série de leis de acordo com a nova versão da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias. A tradução inicial da carta, influenciada por sua versão russa, foi corrigida, pois confundia o conceito de "línguas minoritárias" com o de "minorias nacionais".
A nova tradução de "línguas regionais ou minoritárias" transmite "com maior precisão o conteúdo" da carta, e "elimina a possibilidade de manipulações políticas em torno do status da língua ucraniana", diz a nota explicativa do projeto.
O texto ainda pontua que "não há motivos" para considerar que o idioma russo está em perigo. "O uso real do russo na Ucrânia é igual ou superior ao idioma oficial, o que poderia levar o ucraniano à periferia funcional".
Além do russo, o moldávio foi retirado da lista, já que, com o domínio do romeno como idioma oficial na Moldávia, se trata da mesma língua.
Discriminação na Ucrânia
Desde o golpe de estado em 2014, os crimes de violação aos direitos humanos não param na Ucrânia. O regime de Kiev está levando para frente políticas de cancelamento do idioma russo. Em 2019, a Rada Suprema aprovou uma lei que exigia o uso único e exclusivo do idioma ucraniano em quase todos os aspectos da vida pública, como educação, entretenimento, política e serviços.
Depois da escalada dos conflitos, em 2022, foram proibidas também obras de arte, concertos e peças teatrais em russo, assim como filmes, canções e livros. Além disso, foi proibido o estudo de russo nas escolas e universidades.
- O presidente russo, Vladimir Putin, já afirmou em diversas ocasiões que, enquanto se busca uma solução para a crise, é necessário "resolver as questões relacionadas a temas humanitários, como a língua russa e os direitos legítimos das pessoas que desejam, na Ucrânia, desenvolver e promover relações com Moscou".