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Primeira-ministra japonesa recua após comentários sobre Taiwan

Postura do novo governo do Japão tem desgastado relações diplomáticas com a China.
Primeira-ministra japonesa recua após comentários sobre TaiwanYuichi Yamazaki - Pool

A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, voltou atrás de comentários feitos sobre Taiwan, informou o South China Morning Post nesta quarta-feira (3). Em 7 de novembro, a premiê japonesa disse que tomaria medidas no caso de um eventual deslocamento de forças militares chinesas na ilha, segundo a mídia japonesa.

Nesta quarta-feira, Takaichi afirmou que "a posição fundamental do governo japonês em relação a Taiwan permanece a mesma declarada no Comunicado Conjunto Japão-China de 1972, e não houve nenhuma mudança".

O documento, assinado há 53 anos, reestabeleceu relações diplomáticas entre os países. Nele, o Japão reconhece que Taiwan é "parte inalienável do território da República Popular da China".

Crise diplomática

Desde o último dia 7, quando Takaichi declarou a possibilidade de tomar medidas contra a China, o governo de Xi Jinping respondeu.

Em 13 de novembro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Lin Jian, declarou que as afirmações da primeira-ministra japonesa "violam gravemente o princípio de uma só China" e representam "interferência flagrante em assuntos internos, afronta aos interesses fundamentais e violação da soberania da China".

O porta-voz também mencionou "inúmeros crimes" cometidos pelo Japão em Taiwan "durante o seu domínio colonial".

"O Japão deve se arrepender totalmente por seus crimes de guerra, parar imediatamente com suas declarações e ações erradas e provocativas que interferem nos assuntos internos da China e parar de brincar com fogo na questão de Taiwan. Quem brinca com fogo acaba se queimando!", afirmou.

Em 20 de novembro, Lai Ching-te, presidente de Taiwan, publicou em seu perfil no X uma foto comendo pratos tipicamente japoneses, com a legenda: "O almoço de hoje é sushi e sopa de missô". 

A postagem foi respondida pelo governo chinês, que afirmou que "seja qual for o espetáculo que as autoridades de Lai Ching-te montem, isso não muda o fato de que Taiwan é o Taiwan da China e é uma parte inalienável do território da China".

  • Taiwan se autogoverna com uma administração própria desde 1949, enquanto Pequim a considera como uma parte irrenunciável de seu território, e a maioria dos países, incluindo Rússia e Brasil, reconhece a ilha como parte integral da República Popular da China.