
China rechaça interferência dos EUA em assuntos internos da Venezuela

A China rechaça a intervenção dos EUA em assuntos internos da Venezuela, após Washington fechar o espaço aéreo "sobre e ao redor" do país sul-americano, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, nesta quarta-feira (3).
Pequim se posicionou contra qualquer atividade que viole finalidades e princípios da Carta das Nações Unidas e se opôs à intervenção nos assuntos de internos de Caracas, "sob qualquer pretexto".

O porta-voz acrescentou uma convocação em favor da manutenção de paz na América Latina e no Caribe, apelando à contenção de uma maior escalada militar. Ele ainda relembrou que a região é reconhecida como Zona Pacífica, em resolução da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) de 2014.
Agressões dos EUA
- Escalada militar: Os Estados Unidos, em agosto, enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Falsos pretextos: Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Infiltrações de inteligência: O presidente americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro perguntou, em resposta: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- Postura venezuelana: Maduro afirma que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.
