Um homem infectado pelo HIV vive há seis anos sem sinais da doença após passar por transplante de células-tronco para tratar uma leucemia mieloide aguda, informou o G1 nesta quarta-feira (3), citando estudo aceito pela revista Nature.
O caso reforça a possibilidade de remissão mesmo na ausência da mutação genética considerada crucial para a "cura funcional", conhecida como CCR5Δ32, que em dose dupla bloqueia a entrada do HIV no sistema imunológico.
No paciente, uma cópia da mutação presente no próprio corpo e outra nas células transplantadas foram suficientes para interromper o desenvolvimento da doença. A terapia não tinha como objetivo combater o HIV, mas três anos após a suspensão da terapia antirretroviral (TARV), o vírus não reapareceu.
Os pesquisadores identificaram também que alta atividade de citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC) pode contribuir para a recuperação, atuando na eliminação do reservatório viral, o que abre novas possibilidades para tratamentos além da mutação em dose dupla.
Casos de remissão sustentada continuam extremamente raros, somando seis registros antes deste estudo.