O Kremlin comentou o escândalo de corrupção envolvendo a ex-alta representante da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, classificando-o como uma questão interna do bloco europeu. O porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, foi questionado por jornalistas sobre o tema e respondeu fazendo referência à situação na Ucrânia.
"A corrupção em Kiev e a inclinação corrupta dos representantes do regime de Kiev são bem conhecidas. Quanto aos escândalos de corrupção na União Europeia, isso é um assunto interno da UE. A corrupção é um fenômeno que existe em todos os lugares. Diferentes países e associações combatem esse mal com diferentes níveis de eficácia", declarou Peskov.
A ex-alta representante da União Europeia para Assuntos Exteriores, Federica Mogherini (2014-2019), foi detida na terça-feira (2) pela seção belga da Procuradoria Europeia sob suspeita de fraude em licitações públicas e foi formalmente acusada.
Segundo diferentes veículos outros dois suspeitos estariam envolvidos: o ex-secretário do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Stefano Sannino (2021-2025); e o codiretor do Escritório de Educação Executiva, Formação e Projetos do Colégio da Europa, Cesare Zegretti.
"Após serem interrogados pela Polícia Criminal Federal belga, os três indivíduos foram formalmente informados das acusações que pesam contra eles. Os crimes se referem a fraude e corrupção em licitações públicas, conflito de interesses e violação do sigilo profissional", declararam os magistrados citados pelo jornal La Repubblica. Eles acrescentaram que os três suspeitos "foram liberados por não se considerar que haja risco de fuga".
Também são investigadas suspeitas de favorecimento e possível concorrência desleal na concessão pelo SEAE ao Colégio da Europa de um programa de formação para futuros diplomatas europeus, iniciativa lançada sob responsabilidade de Josep Borrell, alto representante da UE para Assuntos Exteriores e Política de Segurança entre 2019 e 2024, e aprovada oficialmente em maio de 2024.