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Putin: "Alianças militares não têm lugar na Ásia-Pacífico"

Mandatário russo e o líder chinês expressaram preocupação com "as implicações para a estabilidade estratégica" na região de alianças e coalizões militares dirigidas contra terceiros.
Putin: "Alianças militares não têm lugar na Ásia-Pacífico"AP / Sergei Bobylev, Sputnik, Kremlin Pool

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira em uma coletiva de imprensa com o líder chinês, Xi Jinping, que Moscou e Pequim acreditam que na região da Ásia-Pacífico "não há lugar para alianças político-militares fechadas".

"Acreditamos que é necessário trabalhar para construir uma arquitetura de segurança confiável e adequada na região da Ásia-Pacífico, na qual não há lugar para alianças político-militares fechadas. Acreditamos que isso é muito prejudicial e contraproducente", declarou o mandatário russo.

A questão da segurança na Ásia-Pacífico também aparece na declaração conjunta da Federação Russa e da República Popular da China sobre o aprofundamento das relações de parceria abrangente e cooperação estratégica, que entram em uma nova era no contexto do 75º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.

"As partes expressam sua oposição ao estabelecimento de parcerias fechadas e estruturas de blocos na região da Ásia-Pacífico, em particular alianças e coalizões militares dirigidas contra terceiros. As partes tomam nota das repercussões negativas para a paz e a estabilidade regionais da estratégia Indo-Pacífico dos EUA, sincronizada com a linha destrutiva da OTAN na Ásia-Pacífico", diz o documento.

Nesse contexto, Moscou e Pequim expressaram "profunda preocupação" com "as implicações para a estabilidade estratégica" na região do projeto AUKUS, que envolve os EUA, o Reino Unido e a Austrália.

Outras preocupações russas e chinesas com relação à segurança incluem os planos de Washington de implantar mísseis de curto e médio alcance não apenas na Europa, mas também na região da Ásia-Pacífico, bem como um programa de cooperação para construir uma infraestrutura que possa ser usada para apoiar as forças nucleares dos EUA e da Grã-Bretanha na Austrália, que faz parte do Tratado da Zona Livre de Armas Nucleares do Pacífico Sul.