O número de pessoas LGBT* mortas no Brasil em 2023 foi de 230, o equivalente a uma morte a cada 38 horas, segundo dossiê divulgado nesta semana pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil.
Embora os números sejam menores que os do ano passado (273), o país continua sendo a nação com o maior número de mortes de pessoas LGBTIQ+, alertou o grupo formado por várias associações.
O relatório revela ainda que dessas 230 pessoas, 184 foram assassinadas, 18 cometeram suicídio e 28 morreram por outras causas. Do número total de vítimas, 80 eram pretas ou pardas, 70 brancas e uma indígena.
O trabalho é baseado em reportagens de jornais, portais eletrônicos e redes sociais. Considerando a ausência de dados governamentais com esse recorte específico, as cifras podem ser maiores.
"Como dependemos do reconhecimento da identidade de gênero e da orientação sexual das vítimas por parte dos veículos de comunicação que reportam as mortes, é possível que muitos casos de violências praticadas contra pessoas LGBTI+ sejam omitidos", explica o observatório, em nota.
Estados com mais mortes
Entre os estados com maior número de vítimas, São Paulo lidera com 27 mortes, seguido por Ceará e Rio de Janeiro, com 24 mortes cada.
O observatório também forneceu dados parciais para 2024: de 1º de janeiro a 30 de abril, foram registradas 61 mortes.
O Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu em 2019 que a homofobia é equivalente ao racismo e, portanto, deve ser considerada legislativamente como uma infração penal semelhante. A pena pode variar de 1 a 5 anos de prisão.
*O movimento internacional LGBT é classificado como uma organização extremista no território da Rússia e proibido no país.